quarta-feira, 30 de abril de 2008

Paixões

Começam do nada e acabam em nada porque não valem nada, a não ser enquanto duram, às vezes com a vida mais curta do que uma mosca. Paixões impossíveis , que nos tiram o sono e o apetite , nos põem a contar as estrelas e a escrever poemas pirosos, nos adoçam o coração e o olhar e enchem a almofada de água salgada quando as coisas correm mal, ou pior ainda, não correm.


Margarida Rebelo Pinto

Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, a dormir ou acordado.


Shakespeare,
Sonhos de Uma Noite de Verão

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Quando se ama, ama-se da esquerda para a direita, da direita para a esquerda. De cima para baixo, de baixo para cima. Na diagonal. A cores. A preto e branco. A guache. A acrilico. A marcadores, a grafite, a caneta preta, verde e roxa. De pernas para o ar, de bracos esticados. A fazer o pino, a cambalhota, a roda. Ama-se a plasticina, a carvao, a quente, a frio. A congelado, a escaldar. Ama-se bem e mal passado. Ama-se a correr, a caminhar. Ama-se á chuva e ao sol. Ama-se a rir, a gritar, a chorar, a falar, a berrar. Ama-se ás trincas, ás garfadas, ás colheradas. Ama-se com prato e sem prato. Ama-se com musica, com desenhos, com pinturas. Ama-se com baton e com rimel. Ama-se de olhos abertos, de olhos fechados, no escuro e á LUZ. Ama-se por tudo. Ama-se por nada. Ama-se.

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As páginas da vida, são cheias de surpresa , há capítulos de alegrias, mas também de tristeza, há sofrimento e decepções.
Por isso não rasgues páginas e nem saltes capítulos, não te apresses em descobrir os mistérios, nunca percas as esperanças, pois muitos são os finais felizes. E nunca te esqueças do principal: no livro da vida, o autor és TU.